
A FARSA DO ADVOGADO PATHELIN PELA VISÃO DAS OVELHAS
SINOPSE
Pedro Pathelin, um advogado falido e espertalhão, bola um plano para conseguir roupas novas para ele e sua esposa, Guilhermina. Na loja do comerciante de fazendas mais avarento da região, Guilherme Côvado, através de vários elogios, Pathelin o convence a vender uma fazenda fiado, justificando que ele terá o pagamento durante um jantar com pato que sua esposa está preparando. A trama também conta com um Pastor de Ovelhas chamado Teobaldo que vende a lã e come a carne dos animais que pertencem a Guilherme. Além de um Juiz maluco que julgará a causa de Guilherme que não espera encontrar Pathelin no tribunal, já que ele se fez de louco em sua casa. As Ovelhas aparecem como pano de fundo nas cenas e são como a consciência da peça.
HISTÓRICO
A Concepção da Encenação busca evidenciar as várias tramas presentes nessa obra de transição da Idade Média para a Renascença, justapondo-as com as tramas da nossa realidade. Esse tecido complexo de texturas, porém apresenta-se de maneira simples ao primeiro olhar, onde contamos a história de um Advogado Espertalhão dentro de um sistema de regras móveis e adaptáveis. E só o enredo já seria o suficiente para nos motivar a pôr em cena esta obra tão antiga como atual. No confronto entre a versão original e nossos dias, propomos não uma adaptação da peça, mas uma recriação a partir do ponto de vista das ovelhas (personagens apenas mencionados na versão original) sobre todo o tecido cultural, social, político e dramático, onde compõe-se à luz das imagens e cores do pintor Pieter Brugel novas tramas cênicas. (Diego José Villar - Diretor)
LINGUAGEM E ESTÉTICA
Linguagem lúdica e bem-humorada, aproximando-se do público infanto-juvenil através de paralelos traçados entre as corrupções do nosso cotidiano e uma farsa escrita na Idade Média. As referências utilizadas para a criação/montagem são pinturas do artista da mesma época, Pieter Bruegel, o Velho e servem de base para paleta de cores, iluminação, ambientação e caracterização dos personagens, assim como a Commedia dell'arte.
O texto é utilizado em sua totalidade, salvo as inserções dos textos das ovelhas. Por ser uma farsa, a companhia optou por trabalhar com estética não realista, revelando o grotesco, como se houvesse lente de aumento nas deformidades dos personagens da peça. Nota-se que ainda hoje vivemos em muitos aspectos como figuras medievais, ignorando valores essenciais para se conviver em sociedade.
No contexto de um “mundo invertido”, no qual nem sempre os seres humanos são os mais inteligentes o público pode ser surpreendido num estranhamento ou até num riso nervoso, por se identificar de alguma forma com esta grande farsa.
O Palco Giratório é um diferencial na peça, trazendo movimentação ás cenas, como se fosse um desenho animado, concretizando a linguagem não realista e lúdica.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Bruna Weinrebe, Fabi Mengarda, Josi Martins e Ygor Rodrigues
Direção e Dramaturgia: Diego José Villar
Cenografia: Jerry Mengarda
Pesquisa: Filipe Borges
Trilha Sonora: Marcos Ribeiro
Operação de Som: Flavio de Souza
Iluminação: Diego José Villar
Operação de Luz: Igor Yabuta
Figurino: Ateliê da Neide e Cia do Café
Material de Divulgação: D2 Arte e Design
Fotografia: Klebson Oliveira e Ricardo Martins
Produção: Cia do Café
Classificação: Livre